Tenho meus olhos rasgados pela lâmina.
É preciso
urgentemente retirar ao olho a ferida.
Explode a carne em mãos pelos senhores
da guerra.
E escorre o sangue em directo na televisão.
Tomai esta flor que vos dou disfarçada de
bomba.
Mãos e pernas decepadas por uma pepita
de ouro que se quis esconder.
Sei que nem sempre entendo o vosso olhar
mas retirar a única força de sustento a um
homem: jamais o virei a entender… jamais.
Por fim introduzo meu dedo indicador no olho
que me resta e arranco-o de um só golpe.
Não há mais nada aqui que meu sacrifício não
tenha estado à altura de toda a cegueira Humana.
Jorge Humberto
14/08/09