Por vezes fecho os olhos
e mergulho bem fundo
num mar longe do mundo,
algo meu,
que perto do céu
me preenche o corpo,
e com a palma da mão,
sinto-me e não estou morto,
abro então os olhos,
e sinto que alguém me levou
a voar talvez
e suspirou
mais uma vez
palavras doces que cantam
por si
enquanto as escrevo
para ti,
sou um anjo sem asas
que não voa,
mas que cai,
e magoado por doer
sinto que não sou suficiente para ti,
escrever é como respirar em mim,
mas preciso de algo mais para esquecer,
pois as palavras suspiram o teu nome,
e querendo-me esquecer de ti,
entrego-me ao céu,
levou-me um anjo,
e levou-me a mim.