Meus olhos tão tristes deixei-os numa
ilha remota, de minha infância.
De areias brancas, altíssimas eram
as suas dunas, que separavam o mar
bravo da tranquilidade da lagoa, com suas
águas amenas e temperadas pelo sol.
Então na loucura macia de nosso ser
criança, subíamos ao alto do mais alto da
duna, e mergulhando nas areias brancas
rebolávamos, feito loucos, dezenas de
metros, até alcançarmos e mergulharmos
estrondosamente, nas águas limpas da
bela lagoa, por onde se passeavam,
brincando nas águas, imensas crianças
e mais ao fundo caiaques pareciam-se
a autênticos navios.
E quando do outro lado, da grande duna, o
mar trazia a maré baixa, logo uma
descida repentina das águas, da extensa
lagoa, visão extraordinária se nos deparava,
ao ver as pessoas atravessarem, com a água
pelos tornozelos, toda a imensidão, da
mesma, de uma ponta à outra. Também o
fazíamos porém ansiosos de que o mar
voltasse a subir, para assim regressarmos
às nossas aventuras sem igual.
Cansados de tanta movimentação, vinha
a tarde e com ela o sono merecido e de
pronto já estávamos sentados, num cinema
ao ar livre, para ver o Bruce Lee lutar.
Sim… tristes meus olhos…. Pois não lembro
mais onde a ilha remota…! e tudo se
resume a algumas lembranças antigas.
Jorge Humberto
13/08/09