Na soleira da porta à tarde
Passou um vento velado
Assustado não fez amizade
E logo fugiu pelo gramado
Pintou-se de verde meu horizonte
Minha memória foi posta a jeito
E nem o longínquo abalo do monte
Dissimulou o bater do meu peito
Apelei a toda a boa simbologia
Ao sol e a outras esferas
Senti ciência na magia
Perdi o medo das crateras
Sonhar é doce e sustenta
Um coração desaconchegado
E o brilho do olhar esquenta
O frio vento velado