Caiem as folhas das árvores
Durante todo o Outono
Nuas assim elas esperam
O seu inverno de sono
Nem as rajadas de vento
Que tanto as fizeram vergar
Nem o ribombar do trovão
As conseguiram acordar
Acordam pela primavera
C’ os alvores da natureza
P’ra revelar a quem as vê
Mistérios da sua beleza
Vestem então um fato novo
De folhas confeccionado
De tons verde, é sua cor
Com botões por todo o lado
Torna-se na bela paisagem
Verdejante e bem viçosa
Como a mulher bem vestida
Também a árvore é vaidosa
Como uma noiva extremosa
Se esmera no seu vestido
E a árvore na primavera
É um altar de Maio florido
Belas, se tornam então
Naqueles tons matizados
São mil cores e aromas
Que nos deixam fascinados
Extasiado fica o olfacto
Com o ar que respiramos
De perfumes ‘tá impregnado
Tudo aquilo que cheiramos
Caidas que são as flores
Maduros que os frutos são
Degustamos em sabores
Essas doçuras de Verão
Cada árvore com sua folha
Cada caule com sua flor
Cada flor com o seu fruto
Cada fruto com o seu sabor
Passa Julho e passa Agosto
Lá vem o Setembro então
Ficam as folhas da saudade
E a tristeza no coração
Velhas que estão as folhas
Da árvore vem o lamento
Da vida vergada á morte
Numas rajadas de vento
Cumprido que foi o ciclo
Lá vem de novo o Outono
Torna-se a árvore a despir
E a dormir um novo sono
m....delgado
Sou desenhador,pintor e poeta e, nas minhas poesias tento desenhar e pintar os meus pensamentos