Sim foi ela, na inocência movida
De um seu gesto parado,
Que me roubou o coração…
Lembro-me de olhares tímidos
Que mal se tocaram,
De sorrisos escondidos
Para não falsearem nos sentimentos,
Lembro-me de palavras
Cortadas em gomos pelos silêncios,
Quando um toque acidentalmente
Acontecia…
Lembro-me das carícias
A roçar as faces da alma,
Lembro-me do primeiro beijo
Trocado, da sensação de estar inteiro.
Lembro-me de ficar partido,
Sempre que a via partir,
Da alegria sentida em cada amanhecer
Por de novo a ver…
E vezes sem conta, os olhares, os toques
Inesperados ou não!!!
Os sorrisos, os silêncios, as carícias, os beijos…
Sim foi ela, com o seu jeito
Inocente,
Que me roubou o coração
Quando partiu e o levou sem saber
Com ela…
Triste, vazio, quebrei em mim,
Pesou-me em ânsia a sua ausência,
Por ela, a beleza das coisas belas,
Em meus tristes olhos
Deixou simplesmente de existir.
Todos os sabores outrora doces, se perderam
Nos sais amargos da saudade
Onde caiu resignada a minha vida.
Caminhei descalço,
Por estilhaços de memórias suas,
Sangrei dores em cada suspiro
Dado pelo amor perdido...
Lutei tanto,
Hoje com perseverança ainda luto,
Para não esmorecer inconformado pela dor,
E deixar escapar a esperança
De um final feliz,
Pela porta aberta da razão…
Paulo Alves