MOTE
VAI BARQUINHO A NAVEGAR;
EM RUMO AO DESCONHECIDO;
PELO MEDO E TERROR A PASSAR;
VAI BARQUINHO DE CÚ-TREMIDO.
GLOSAS
VIAGENS. ÓPIOS NO VINHO..
BEBEDEIRA, NUA, CRUA, SEM FIM;
DOR SÓ DOR. A VIDA É ASSIM!
É ESTE O NOSSO CAMINHO?!.
QUERO OUTRO QUE NÃO SEJA ESTE,
MAIS A ESTE E MAIS A OESTE;
OUTRO QUE TENHA NADA P`RA DAR...
VAI BARQUINHO A NAVEGAR.
LEVA-ME PARA LONGE DOS AIS,
QUE A VIDA PELA DOR ME DÁ;
LEVA-ME PARA O LADO DE LÁ;
FAZ-ME APORTAR NOUTRO CAIS;
QUERO POR ANCORA NESSE PORTO,
TANTO VIVO COMO MORTO...
LEVA-ME BARQUINHO QUERIDO
EM RUMO AO DESCONHECIDO.
DIZEM QUE HÁ TANTO P`RA FAZER,
QUE TUDO DÃO E NADA OFERECEM;
QUE MUITAS TEIAS POR AI SE TECEM,
E QUE MUITO HÁ PARA VER:
MAS NEM O MISTÉRIO DO CONHECIDO,
NEM O OUTRO QUE S`TÁ ESCONDIDO
ME FAZEM NESTE PORTO ATRACAR,
POR MEDO E TERROR A PASSAR.
DECIDIDO CORRO PARA A AVENTURA,
MERCÊ DOS DESÍGNIOS DA SORTE,
PELA RUA DA VIDA E DA MORTE,
SEM SABER QUAL A MAIS DURA;
SENDO UM HOMEM NÃO HERÓI,
E POR TUDO, TUDO QUE ME CORRÓI,
DIGO- COM AR DE HERÓI ATREVIDO:
VAI BARQUINHO DE CÚ-TREMIDO.<br />
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Rumo ao desconhecido. Onde irei aportar?