Poemas -> Reflexão : 

Quase Tudo

 
No instante em que eu insisto
Como se tudo já não estivesse sido escrito
Olho para mim mesma e repito:
Para onde envio esse grito ?

Quando tudo que foi descrito
Facetado, estilhaçado
Dizimado, difamado
Esmiuçado ou Abençoado

Por que então insistimos?
Palavras para tal não se esgotam
Continuamos então nosso ofício
Que mais nos retrata um vício

Enquanto parece que tudo foi dito
Que nada mais há de novo
Surgem palavras e rimas
Onde o escrever segue aflito

Sobre amor, amizade
Desencontros ou a mais profunda dor
A despedida, a saudade
Quem ja não escreveu a uma flor?

Uma trova de despedida
Aquela que dói na partida
Outra de encantamento
Daquele que fez um juramento

Juras de uma paixão eterna
Em outro instante só uma quimera
Explosão de sentimentos
Eloquentes batimentos.

No entanto, caros poetas
Com sonetos, ou sem eles
Rimas ricas ou rimas pobres
Com versos brancos ou soltos
Cá estamos de pena na mão
Espantando a solidão!


Eliana Braga
Gaivot@
Campinas/SP/Brasil
30/07/09

 
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Enviado por Tópico
Henricabilio
Publicado: 08/08/2009 13:44  Atualizado: 08/08/2009 13:44
Colaborador
Usuário desde: 02/04/2009
Localidade: Caldas da Rainha - Portugal
Mensagens: 6963
 Re: Quase Tudo
Por muito que se escreva e crie existe sempre espaço para a criatividade...
As palavras podem ser sempre as mesmas mas não a emoção com que são esculpidas no papel.
Eis o poeta transformado num criador de emoções!
Um abraço0!
Abíl!o



Enviado por Tópico
Brunoteenager
Publicado: 16/12/2009 18:10  Atualizado: 16/12/2009 18:10
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Usuário desde: 13/08/2008
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Mensagens: 23
 Re: Quase Tudo
Gosto do ritmo e estilo narrativo proseado da autora. Um belo texto que vale outra leitura e mais comentários.

Parabéns!

Enviado por Tópico
AntóniodosSantos
Publicado: 22/07/2010 22:31  Atualizado: 22/07/2010 22:37
Colaborador
Usuário desde: 10/12/2008
Localidade: Lisboa
Mensagens: 997
 Re: Quase Tudo
Prezada Poetisa e Amiga Eliana Braga

Gostei muito do seu poema...

Subscrevo em absoluto a mensagem que emana do mesmo...

Mas já agora, conte aí... porquê tanta ausência para mais poesia da minha prezada Poetisa...?

Aguardo outros poemas, saidos da sua pena...

Com Amizade

António Boavida Pinheiro