Em palavras certas,
sou a alma calada,
que em vagas mentes abertas,
se enfeita assim como um nada.
Um nada que diz muito
de inútil, e fútil,
à razão da vida, que está de luto,
esse mundo que gira, e que se sente útil.
Sou a vulgaridade,
que temos em pensar,
essa doce banalidade,
que nos gosta de ocupar.
Ocupar a vida e o pensamento,
como o mar salga a areia,
num breve momento apenas,
como quando tu me vens à ideia.