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O ESTUDANTE, O GATO E O PATO

 
O ESTUDANTE, O GATO E O PATO

Um rapaz algarvio foi estudar para a UTAD (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro), e cometeu a estupidez de gastar o dinheiro todo que o pai lhe tinha dado no primeiro mês do primeiro período.

Desesperado e teso, magicou uma maneira de arrancar uns cobres do velhote, e então lhe telefonou:

-Olá, pai, tudo bem? Como vão as coisas por aí?
-Tudo bem, filho. E você está bem? Como vão os estudos?
-Eu estou muito bem, pai. Aqui a faculdade de veterinária engendrou uma maneira de ensinar os animais a falar, e se tu quiseres, eles aceitam o Boby no curso.
-Oh! Mas isso é fantástico, dava muito jeito ter cá em casa alguém com quem falar quando estás fora... mas o que é que temos que fazer?
-É fácil, pai, basta mandares para cá o Boby e 1000 euros.

O pai mandou o gato e o dinheiro, mas passado um mês já não restava nenhum, e o rapaz voltou a telefonar ao pai:

-Olá, pai, ligo-te para matar as saudades!
-Então, filho, como estão as aulas do Boby?
-Uma maravilha, pai. As coisas estão a correr tão bem que agora os meus professores querem pô-lo num curso de leitura.
-Ó pá, isso é que era bom, porque assim já tínhamos alguém para ler as cartas quando não estás cá! Como é que se faz para inscrever o Boby nisso?
-É fácil, pai, manda para cá 2500 euros que eu trato de tudo!

E o inocente velhote mandou. Entretanto acabou o primeiro período, e o rapaz tinha que voltar para casa (teso!) para as férias do Natal, e como não havia maneira de escapar às perguntas do pai, decidiu matar o gato.

Quando chegou em casa, o pai perguntou logo pelo gato-prodígio, e o filho explicou:
-Pai, nem queiras saber! Hoje de manhã, quando nos estávamos a preparar para vir para casa, o Boby estava sentado na poltrona a ler o jornal, e olhou pra mim por cima dos óculos e perguntou:
-Olha lá, Pedro, o teu pai ainda anda a se esfregar na filha do padeiro?
-Ó Pedro, dá-me um tiro na merda do gato antes que ele conte isso à tua mãe!
E o rapaz, feliz da vida respondeu:
-Já dei, pai, já dei!

-Isso meu menino! - Falou o velhote abraçando o rapaz.

 
Autor
MagnoRobertoAlmeida
 
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