Sentado, absorvido em pensamentos meus,
Dou por mim num mundo cheio de perfeição,
Sinto a ausência da dor e de todo o sofrimento,
Sou consumido por tamanha felicidade.
É então que me deparo com a dura verdade,
Estou condenado, sem nunca ter tido julgamento.
O sangue escorre continuamente por meu coração,
Motivos para tal lhe pertencem, motivos seus.
Por minha face lágrimas escorregam,
Coordenadas pelo ritmo da deterioração,
Mãos para as parar não tenho, nunca tive,
Todo aquele sentimento não chegou, a paixão,
Tais lágrimas todos os sorrisos enterram.
Diante de mim passam alucinantes dias,
Dias escuros que cessam com a escuridão,
São todas as noites, é esse cessar constante,
Que me permite atenuar minha dor incessante,
E transformar toda essa desmedida imensidão
Em palavras sentidas, sinceras, palavras frias!