Só! Na encosta, como um eremita
Perto, a fonte me vai confessando,
Ser a água, que de si vai brotando,
As lágrimas que chora na desdita
Feita de lágrimas, é minha poesia,
Lhe digo, enquanto vou pensando,
Ser um poema, o que vou chorando,
Por isso eu choro de noite e de dia
Minhas lágrimas, mando para o mar
Que na sua solidão, delas tira o sal,
Que transforma na pureza do cristal
As lágrimas que agora ‘tou a chorar
As minhas, não tenho a quem as dar
São elas fruto das minhas mágoas
Sou a fonte e os poemas, as águas
São eles, lágrimas do meu pensar
Lágrimas que num poeta são fantasia
São como a desdita da fonte que dizia
Sendo o único que de sua água bebia
Eram dela os poemas que eu escrevia
Sou desenhador,pintor e poeta e, nas minhas poesias tento desenhar e pintar os meus pensamentos