Contos : 

Cartas do Suriname

 
Carta 1.

Mãe, eu não queria ser tão direta, mas num vai ter jeito, o papel no Suriname é caro, muito caro. Mãe, o pai morreu. Foi assim: ele foi ao médico (mãe, no Suriname os médicos se vestem com terno preto e gravata vermelha ) reclamou de dor no peito. O médico deu uma risada, disse assim: “gases, gases”. Mandou ele para casa. Papai riu e disse: “imagina!, ir no médico por causa dum peidos de nada”. O resto a senhora já sabe. Manda um dinheiro, senão num dá para enterrar o pai.

Carta 2.

Mãe, como a senhora não mandou dinheiro, eu tive que enterrar o pai no quintal mesmo. A senhora imagina, mãe, que aqui no Suriname tem um imposto para ser enterrado? Eu perguntei o porquê da taxa; o médico — que mandou o papai peidar em casa — é, também, o prefeito da cidade; ele disse assim: “se vocês pagam imposto para cagar lá no Brasil, por que aqui não podem pagar para morrer no Suri Suri?”

Carta 3.


Mãe, ontem eu acordei o pai estava desenterrado, acho que a cova ficou rasa demais. Tinha dois cachorros comendo o cu do pai, mãe, literalmente. O que aconteceu com a senhora? Às vezes penso que a senhora não gostava muito do pai, e que deve estar rindo com a boca bem aberta, só porque eu disse que um pastor alemão comeu o cu dele. Mãe, manda dinheiro. Ah! O prefeito perguntou se a senhora gosta dum coroa charmoso.

Carta 4.

Mãe, o dinheiro não chegou. Eu falei para o médico/prefeito o que aconteceu. Ele disse que se fosse no Brasil o cu do pai já estaria no osso bem antes dele morrer. Mãe eu quero ir embora daqui. Manda o dinheiro.

 
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flaviogustavo
 
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Enviado por Tópico
Amora
Publicado: 03/08/2009 19:22  Atualizado: 03/08/2009 19:22
Colaborador
Usuário desde: 08/02/2008
Localidade: Brasil
Mensagens: 4705
 Re: Cartas do Suriname
Eu gostei e não gostei, você entende?
Pois é, não sei.

Não se zangue, continua.

Amora

Enviado por Tópico
Morfetica
Publicado: 10/04/2016 09:04  Atualizado: 10/04/2016 09:04
Novo Membro
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Localidade:
Mensagens: 1
 Re: Cartas do Suriname
Plagiar o trabalho (ou a arte) de outra pessoa é feio, Flavio!

Essas cartas pertencem à Letícia, do antigo Literatura em Foco!

Não finjas que são tuas!!!