De todas as coisas,
Jamais repetidas,
Foste como a sombra
Das palavras não ditas.
Como o delírio do sonho;
O ecoar da canção;
Que nasce entre acordes
E se faz solidão.
Na pintura do quadro
Encontro seus traços...
Como linhas perdidas,
Da imaginação,
Se estendem com asas abertas
Na busca incerta
De coisas que jamais
Se repetirão.
De toda rotina;
Me lembro em detalhes;
Em migalhas de rimas;
Por todas as partes.
São teus fios
E tuas verdades...
O meu desafio
De fazer tuas vontades!
Nas certezas escassas da vida;
Na voz coagida;
No medo de amar;
Você foi a fé sem medida,
O terço, a figa;
De toda relíquia,
Minha peça não repetida!