A brisa da noite
Envolve-nos como o embrulho o presente.
O mar da vida beija nossos pés
E a lua contempla nossos corpos
Estendidos na areia do desejo
A vida brota em nossas mãos de criadores
Todavia, não há vida em nós.
E então Afrodite concedeu-a,
Lançou a rosa do amor:
Vermelha como sangue.
O vento corta nossas carnes
E esvoaça os cabelos da alma.
O mar geme e arrepia-se
Com os gemidos do amor
Que exala dos nossos poros carnívoros.
O firmamento desce e abraça-os
Como a morte- de repente a vida
E a desloca para Hades.
Eros com sua lira romântica
Envenena-os, embriaga-os
E com uma melodia que vem rastejando-se
Sobre o oceano do prazer
Tenta tocá-los o âmago.
De repente... O crepúsculo
(o deus Apolo acorda iluminando e dissipando o amor impregnado na pele mortal) escrupulosamente chega.
Logo, Hades e Mefistófeles vencem esta batalha.