Não, não venha me dizer
Que só na política há corrupção
Pois sabemos que esta existe
Desde o tempo de Adão
Que Eva juntou-se a serpente
E fê-lo comer a maçã
Quando o Brasil foi descoberto
E a nossa terra vista de perto
Tudo o que o que a terra tinha
Escreveu Pero Vaz de Caminhas
Dando a notícia a Portugal
E foi pedindo ao Rei, emprego
Para um parente que lá tinha
E El-Rei ficou muito contente
Que o emprego deu-lhe, como presente
E no tempo da Arca de Noé
Todos já não tinham mais fé
Que o ser humano fosse continuar
porque o dilúvio havia deixado
Só um homem e uma mulher
E um casal de cada animal
Mas, eis que o mundo continuou
Pois as filhas do barqueiro Noé
Deram-lhe vinho e este embebedou
E tiveram um relacionamento
E já nasceram mais crianças
E a vida, assim, não terminou
Pelo dinheiro se mata
Até a mãe e o pai
O juiz muda a sentença
Manda soltar criminoso
O advogado tão manhoso
Nunca resolve a demanda
Quanto mais o processo anda
Mais ele pode ganhar
E o grande empresário
Se torna um mercenário
Manda matar por dinheiro
Veja o dono da Viação Gol
Quanta gente ele já mandou
Para viver na linha horizontal
E acha que isto não é um mal
Pois a justiça não o prende
Pois que vai para a cadeia
Eu falo e não tenho medo
É pobre, puta e preto
Quanto dinheiro é sonegado
Que daria para matar
A fome de todo o Estado
E ainda muito iria sobrar
Se você não concordar
Eu peço que me critique
De boca fechada não fique
Por tudo que se houve falar
Mas a corrupção no mundo
Vai terminar no segundo
Que o mundo também cabar.
jmd/Maringá, 31.07.09
verde
Re: Corrupção
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