De negro me visto
esta noite!
Canto o fado!
Traço um xaile
no meu olhar,
é o meu fado...
Canto a lágrima!
É a estranha forma
de vida que esta no
negro do xaile, nas cordas
da guitarra e na voz do fado.
Sou sombra viva
de um corpo qualquer,
sou corda, sou viola
e sou guitarra deste fado,
do fado de todos nós.
Trevas sombrias,
almas perdidas no nada
penas caidas
sangue derramado
pessoa ausente
mãos que tremem.
Sou silêncio, sou nada,
sou o que canta, no fado
de todos nós.
Ricardo Maria Louro