Desde a madrugada
(De uma outra vida)
Que procuro uma rima!
Uma rima quebrada
(Inteira ou partida!)
Que se faz de mim, perdida!
Subi à falésia
E pedi ao vento um sinal
Uma rima nunca ouvida
(Jamais dita ou escrita)
Uma palavra doce, em ti nascida.
Corri a procurar no mar
Nas gaivotas de voo ausente
No beijo de sabor a despedida
Que a água faz marulhar
À hora de maré crescente.
Se até ao Sol eu perguntei
Quando já ia quase no poente
E mais à lua, ainda adormecida
(Por tal rima, de uma outra vida!)
Mas não! Ainda não a encontrei
Fazes-me falta
Rima escondida!