Pés descalços sondam a areia molhada
sinais traçados pelo tempo
cabelos em desalinho, vento ibernal
cume de neve – coração caminhante....
terreno conhecido – retorno tocante...
Moléculas mágicas de vida a vagar
desalinhadas vestes
amarrotado sentimento humano,
ferida aberta
escorrendo pela vertente do tempo,
tempo encoberto... silente...
Pés sangram em estrada de pedra
viagem soturna....
recônditas angústias.
Escalada limosa faz suor cortante
relva que açoita lágrimas vertidas
ressecadas pelo vento
tropeços de noite sem lua
escondida no ocaso
por conta do sol,
cuja imagem, ainda reflete
no espelho das águas, pós adormecer...
Pés cansados andantes do tempo
cruzando caminhos, pegadas precisas,
cabelos de algodão
escreventes da história...
registro da vida
que o tempo apaga
que a memória esquece
que o coração sepulta
que os olhos não mais alcançam...
e na verdade continuam em algum lugar
onde só o espírito conhece...