UMA CARTA PARA TI
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Hoje lavei-me de ti
Neste mar que já foi o mar dos nossos sonhos
Lavando-me vi-te ao longe
Sorrias-me e vi-te afastar
Percebi que já não estavas
Apertou-se-me o peito de saudades e tristeza
Mas sorri-te também e acenei-te
Com estas mãos que te conhecem o corpo
Estes braços que te embalaram a alma
E te fizeram feliz
Precisava disto
De saber que estás bem, para suportar esta dor
Quando o sol se afundou no mar já não te vi
Nas trevas fez-se luz
Nas águas o fundo iluminou-se
Ainda julguei que bailavas nas ondas, mas não.
Foi a lua que chegou, a confortar-me.
Lavei-me de ti
Rasguei as minhas dores e sorri
Porque o teu cheiro consumia-me
E amarrava-te a este mundo que já não te pertence
Compreendi que tinha que te soltar
E deixar-te sonhar no sono dos justos
Agora que sei que já não sofres
Mas que também não voltas
No céu não há dores de coração nem amarguras
Apenas um odor celestial
A cachos de uvas e a kiwi
Preciso de acreditar que dormes algures
Numa cama de amores perfeitos e alecrim
Embalado ao som de trompetes angelicais
Por fim consegui dizer-te adeus
Retirar o teu prato da mesa
Os teus chinelos do tapete
Hoje sinto-me mais só do que nunca
Não sei que fazer ao teu relógio
E às tuas gravatas
Às tuas promessas de felicidade eterna
Mas não te vou perguntar
É preciso que não te disturbe
Que se cumpra o luto de ti
Preciso vestir-me de preto
Para que o meu coração encontre as cores
Para que eu viva
Adeus meu grande amigo, meu Amor...
Paulo Varela
"Quando te expressares, procura que as tuas palavras não sejam piores que uma página em branco"