Luso-Poemas
 
Textos : 

Coisas do molde

 
Saiu um remoque daquela besta que, tendo menos dedos de testa do que os que lhe restam, se pensou melhor que os demais. Saiu-lhe o remoque como pedra de toque de uma existência preenchida pela carência. Não é ofensa, antes será uma tentativa tensa de morder o medo feito, que lhe pica os calcanhares a torto e a direito, como se esta coisa de ser importante fosse algo realmente... importante.
Numa análise do foro da psicanálise, dir-se ia que é triste andar sempre de ataque em riste, sem conseguir dar descanso ao claro ar de tanso. Talvez seja vitima de um texto com rima mas, merece-o pelos agravos que tece. Os assomos de quase histeria não se amagam nem por um dia, o que ergue uma parede alta e grossa e uma cercadura de rede, com ar de cercania de choça, que o amura e isola do temor que o assola.
A desgraça do desgraçado é que embaça com dizeres de celerado! Não recua por orgulho mas, se segue, patina no barulho.
Francamente, não é culpado. É, antes, coitado de sentir rabeado que descende da submissão e ascende à falta de razão. Deram-lho... o sentir. Não exactamente assim mas, deram-lho. Lá diz a velha máxima que “de pequenino é que se torce o pepino”... e não é que o sacana foi tão torcido que já não voltou ao inicial.
Termino com um, assaz apropriado, “não é defeito é feitio” que resigna qualquer um à fatalidade de que, sem interessar a idade, as bestas são moldadas e do molde não degeneram.

Valdevinoxis

A boa convivência não é uma questão de tolerância.


 
Autor
Valdevinoxis
Autor
Textos deste autorMais textos
Rss do autorRss do autor
EstatísticasEstatísticas
 
Texto
Data
Leituras
805
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
Enviar este texto a um amigoEnviar
Imprimir este textoImprimir
Salvar este texto como PDFCriar um pdf
3 pontos
3
0
0
Recentes
o que se escreve em cinco minutos durante o almoço
Faz sentido?
Eau de lodo
Tem vergonha
inspiração
Aleatórios
Marida, marida
Poesia
Som mudo
A legenda
da observação
Favoritos
CANTIGA DO FUNDO DO POÇO
O poema é filho da puta
Porra, a hipérbole.
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Antónia Ruivo
Publicado: 28/07/2009 22:51  Atualizado: 28/07/2009 22:51
Membro de honra
Usuário desde: 08/12/2008
Localidade: Vila Viçosa
Mensagens: 3855
 Re: Coisas do molde
Agora dei uma boa gargalhada, beijinhos

Enviado por Tópico
VónyFerreira
Publicado: 28/07/2009 23:10  Atualizado: 28/07/2009 23:10
Membro de honra
Usuário desde: 14/05/2008
Localidade: Leiria
Mensagens: 10301
 Re: Coisas do molde
E eu???
Puxa... dei bué de gargalhadas!
Ao rubro, o seu sentido de humor!
Cumprimentos

Enviado por Tópico
Nanda
Publicado: 30/07/2009 14:41  Atualizado: 30/07/2009 14:41
Membro de honra
Usuário desde: 14/08/2007
Localidade: Setúbal
Mensagens: 11099
 Re: Coisas do molde
Ainda bem que não sei de quem é que falas, a verdade é que me fartei de rir.
BJ
Nanda

Links patrocinados

Páginas em

Páginas sobre