A noite está fria.
Talvez, não tão fria como eu a sinto.
Lerei uma poesia.
Uma dessas capaz de nos transportar no tempo
e nos fazer sugar o leite
do peito quente de nossa mãe.
Ou deixar o peito sofrego e delirante de um desejo inteiro!
Lerei, talvez, Bilac!
As histórias de um mártir?!
Talvez viaje para Parságada como fez Manuel Bandeira!
Santo poeta que me deu a sorte de dizer coisas tão belas "Para a minha irmãzinha."
A noite continua fria e carregada de neblina
O que me causa um desconforto é o sono ter fugido
levando consigo, a inspiração para compor versos mais atraentes.
Sequer uma fábula, me ocorre agora!
Prevejo que virarei a noite a procurando uma poesia que faça-me lembrar que o amor ainda existe.
E que faça-me dormir em paz!
Cristhina Rangel