Consigo ouvir as palavras que desejei,
mas que nunca me disseste.
Consigo unir os fragmentos
do nada que me deste.
Repouso a meio de um pensamento,
para queimar as memórias.
Dou um grito interior
que silencia as nossas historias.
O teu corpo arde nas cartas,
mas nem sequer faz fumo.
As tuas palavras vão saindo,
mas eu já não as consumo.
Nunca te dei tudo,
apenas te dei o que foi preciso.
A caligrafia apressada das tuas cartas
são o símbolo do teu falso sorriso.
O que mais estranho agora
é não ter discussões na minha fortaleza.
O que mais me alegra agora
é que já sei viver com a estranheza.