Desejar tua boca
pareceu um delito
tu te esquivas sorrateira
sem entender meu fascínio
meu intento de conquista
Adentrar teus olhos
tuas faces róseas
os lábios dulces
diz não saber beijar.
O brilho de tua pele
ofusca meus olhos
bate e reflete em minh'alma
faz soar mais forte que um martelo
a boca fremente, a sede eterna
se esconde.
O fôlego ofegante
deixa-se transpirar
estou em meio a teus cabelos ruivos
perto do colo
sentindo o cheiro de tua caixinha de amor.
Sussurro em tua orelha
nada quero falar
apenas sentir
tua febre, teu desajeito
teu arfar, teu arrepio
teus seios frementes
tal qual gatinhos matreiros
tu que nunca soubeste amar.
A boca evasiva
é a marca da volúpia
o escarlate do baton
o corpo de torpor molhado
atrai o meu como um ímã
eu nada sei
tu me ensinas
a amar, a amar, amar.
JOEL DE SÁ
28/07/2009.