Sonetos : 

«« Ébrio ««

 
O silencio soterrado em palavras
Que produzem um som surdo, inaudível
Num dialecto áspero, inconcebível
Que aos meus ouvidos, sem brio arremessas

Muda, petrificada em ponta de adagas
Desvio o olhar da tua imagem ocre, e cruel
Olho e vejo ao longe um enorme carrossel
Que me acena , num gesto de boas vindas

Saio a correr, tento abraçar o ondulante corcel
Entre altos e baixos afasto-me do silencio
Que produz uma garrafa de sabor a fel

Onde te desnudas, sem dó ou critério
Assim todas as vitimas soltem as amarras
Assim todos os copos, se esvaeçam no ébrio


Antónia RuivoOpen in new window


Era tão fácil a poesia evoluir, era deixa-la solta pelas valetas onde os cantoneiros a pudessem podar, sachar, dilacerar, sem que o poeta ficasse susceptibilizado.

Duas caras da mesma moeda:

Poetamaldito e seu apêndice ´´Zulmira´´
Julia_Soares u...

 
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Antónia Ruivo
 
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Enviado por Tópico
ângelaLugo
Publicado: 27/07/2009 02:21  Atualizado: 27/07/2009 02:21
Colaborador
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Mensagens: 14852
 Re: «« Ébrio ««p/ alentejana
Olá Antônia

"Nem sempre se afogar na bebida
é a solução"

Adorei o teu soneto...Parabéns!

Beijinhos no coração

Uma linda semana


Enviado por Tópico
eduardas
Publicado: 27/07/2009 09:06  Atualizado: 27/07/2009 09:06
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Localidade: Lisboa
Mensagens: 3731
 Re: «« Ébrio ««
Um soneto bem sentido.

"entre altos e baixos afasto-me do silêncio"...Belo!

Eduarda


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 27/07/2009 11:28  Atualizado: 27/07/2009 11:28
 Re: «« Ébrio ««
Denso e complexo, como o tema...
O poema conta uma história e não se perde...

Tive de o ler algumas vezes e... apanhou-me...

Direi, isto é poesia...

Bjs.