Nego com veemência esse olhar,
Acusador, reprovador... compreensivo,
Ouvem-se agora as harpas a chamar.
Entrego-me à preguiça e ao mal,
Sentado aqui... no fim do mundo.
Travessos pensamentos que acolho
Ornamentos que me enfeitam ao fundo,
Urros de uma besta abissal.
Oro aos Deuses que não me querem,
Nasço e renasço das cinzas do passado,
Das vaidades dos outros que me ferem.
Expressivo este não em mim espetado.
Quatro paredes sem janelas,
Um caminho para cada destino.
Embalem-se as cores espirais,
Recordem-se nos olhos de um menino.
Ovem-se mais tiros nas favelas.
Escuto segredos atrás da porta,
Sem entender seus objectivos
Tremem-me as mãos com o medo.
Atrevam-se a ficar vivos,
Recusem essa vossa alma morta.
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma