De copo na mão
vejo-te chegar,
agarra-me, minha paixão
que não quero incomodar.
Não te querendo perder
fico sentado,
dança para mim
que eu fico apenas assim.
E num leve soprar
deito palavras ao vento
limpas e apuradas
em todo o meu pensamento.
Palavras do tempo
que a vida não esquece
deixa-as aqui frias
que o nosso corpo a aquece.
Um poema que tenta cantar
sussurrando-me baixinho,
ensina-me a falar
em papel, parede, por este longo caminho.