Caí por entre a sombra do amor,
Imagem não reflectida na razão!
Memória vaga espelhada na ilusão,
Realidade que se esbateu repetidamente na dor!
Achei-me sem glória, deitado no véu da solidão,
Sem traços da alegria no desenho agora incolor
De um sonho que outrora enverguei na alma sem pudor,
E me fez inevitavelmente abrir as portas do coração…
Perdi-me sem merito ou esplendor,
Abraçei contrariado a tua confusão, e bem viste
Que me pesou imensamente na vida a desilusão…
Caí, mas a alma teimosamente ainda insiste
Em querer à viva força amar,
Mesmo sabendo que o amor não existe…
Paulo Alves