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DESTA NOSSA SOCIEDADE

 
DESTA NOSSA SOCIEDADE

Basta de não sermos nós
De eu não ser eu
De tu não seres tu
De quem quer que seja
O não seja

Basta de passos errados
Descompassados
De pés desatinados
Um para a frente
O outro para trás

Basta de incapacidade de ver
Aquilo que nos é evidente
Que é inaudito
E temos vergonha
Que seja dito

Basta de não nos olharmos de frente
De dúvida levarmos
De as costas nos voltarmos
Ao invés de
Nos confiarmos

Basta de no outro
Vermos sempre o mais pequeno
Que a importância
Fica connosco
Empertigados,
Proeminentes

Basta de não vermos o indigente
Aquele que sente a falta
De uma simples palavra
Esse que mora
No invólucro terrifico
Da solidão
E nós somos tantos!
O quê a justifica?

Basta que crianças
Iguais aos nossos filhos
Morram à míngua
Daquilo que nós outros
Desperdiçamos

Basta tanta injustiça
Do endeusar do dinheiro
Fazê-lo objectivo primeiro
Do nosso correr sem freio

Basta de um mundo
Que pressinto moribundo
Poço de que se não vê o fundo

É tempo de o homem
De uma vez por todas
Ser Homem

Olema







 
Autor
OlemaCorreia
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 24/07/2009 00:36  Atualizado: 24/07/2009 00:36
 Re: DESTA NOSSA SOCIEDADE
Amiga,que belo grito deste agora com esse poetar!
Belíssimo!
Amei ler-te!

Parabens!
Rosa

Enviado por Tópico
Henricabilio
Publicado: 24/07/2009 07:51  Atualizado: 24/07/2009 07:51
Colaborador
Usuário desde: 02/04/2009
Localidade: Caldas da Rainha - Portugal
Mensagens: 6963
 Re: DESTA NOSSA SOCIEDADE
Para as crueldades desta sociedade besta, há que dizer Basta!
Um grito que é caro ao poeta.
Um abraçooo!
Abílio