E NASCE A POESIA
Quando então, vinha caminhando
vi alguém, num terreiro cantando
cheguei, e junto dele fui sentar.
Era um poeta, com seu violão,
que repetia as rimas de uma canção,
vendo me ali, começou a me falar.
-Aproveito agora o deserto dessa rua,
vou me inspirando também na lua,
tentando aqui, uma música tecer.
Pensando criar uma bela melodia,
vou construindo com carinho a poesia,
mesmo sabendo que ninguém irá ler.
Com palavras, esse mundo vou montando,
com frases , aos poucos vou rimando,
é isso que está ouvindo me cantar.
Quando aparece uma inspiração
congelada pelo frio da noite, vira emoção,
mostro a voce, que veio aqui me escutar.
As vezes, para estrelas peço auxílio
para explicar, o que é viver num exílio,
uma pintura que vou passando para o papel.
Sai poema bonito, escrevo como ninguém
e as palavras, são enviadas por alguém
que está longe, está vivendo no céu.
GIL DE OLIVE