... continuação:
Os passos foram retomados, sinto-me novamente a errar por este caminho que me traça os movimentos.
Olho em frente e faço um borrão na mente, na estúpida tentativa de alcançar o esboço do teu sorriso... e essa arte tão perfeita está tão longe dos meus mais perfeitos rabiscos de imperfeição. Aprendi a viver sem me sentir derrotada... por isso digo que sou como a água que não confronta uma pedra, simplesmente contorna-a. Quem sabe mais à frente não te desenhe novamente na minha mente ou consiga até delinear-te com as mãos para um aperfeiçoamento nos esboços que vou arriscando na mente...
Com isto tudo já estou no fim do fio e nem me dei conta do tão perto que estou da outra margem. Vês o que me fazes? Levas-me a perder a noção do tempo e ao mesmo tempo a perder-me em medos e devaneios impensados.
Foi longa a travessia por esta corda, por este fio, mas o fim está mesmo aqui a um passo de distancia. Finalmente terra firme, onde me sento e olho para trás para tudo o que ficou e tudo o que deixei.
E agora onde estás? Eu que pensei encontrar-te nesta margem.
Será que me enganei no fio que escolhi? Mas eu nem sei qual deles foi... apenas vi uma luz mais à frente e segui-a, mas agora não sei onde estou.
Resta-me ficar por aqui, largada à ilusão que me encontres por ai mais à frente ou que eu me deixe encontrar por outro caminho onde, certamente, poderei errar novamente.
Olho para trás e vejo a corda... poderei sempre voltar a esse trapézio de peripécias!!!
Trapezista da vida!!!
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