Num grito revoltado
e calado, chamo por ti suavemente,
como quem canta debruçado
à janela num tom diferente.
Canto e encanto a saudade
que perfuma as minhas lágrimas,
sei de cor as linhas da realidade
que desgasto nestas rimas.
A caneta assenta na alma
despejando palavras incompreendidas,
pelo o mundo que vive sem calma
morrem essas almas, que nunca tiveram vidas.
Choro assim sozinho,
no recanto do meu sossego,
que outrora seguiu caminho
assim parado sem medo.