Poemas : 

Anda na rua

 
Tags:  Bento  
 
Num sopro amargo de quem chora,
enxugo com a palma os olhos húmidos,
na vontade de ver mais uma cara
de humanos simples e sentidos.

Dou assim a mão à dor
que não me deixa sozinho,
não sei como evitar este ardor
que aperta e moí devagarinho.

Deixa-me então este sentimento
que não sei onde nasceu,
penso mais um momento
e não sei como morreu.

Anda na rua
toda esta dor,
em todos os rostos reflectidos na sua
companhia, e que não guardam rancor.

Dor, sentimento de quem?
na areia não deixa pegada
mas que não nos deixa bem,
segue assim connosco como que abandonada.

 
Autor
miguelben
Autor
 
Texto
Data
Leituras
579
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
2 pontos
2
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Maria Verde
Publicado: 18/07/2009 13:03  Atualizado: 18/07/2009 13:03
Colaborador
Usuário desde: 20/01/2008
Localidade: SP
Mensagens: 3489
 Re: Anda na rua
Nossa! que maravilha!
A dor não é sentimento de ninguem e ao meso tempo de todos. Gostei muito do seu poema.

Maria verde

Enviado por Tópico
RoqueSilveira
Publicado: 18/07/2009 15:43  Atualizado: 18/07/2009 15:43
Membro de honra
Usuário desde: 31/03/2008
Localidade: Braga
Mensagens: 8110
 Re: Anda na rua
Para se ser poeta, uma das grandes qualidades é o sentido da observação e a sensibilidade e isso está aqui. Beijo