SONHO DE AMOR
Corro por montes e vales
Cantando minha alegria aos quatro ventos
Canto aos Deuses o meu contentamento
Sinto a vida borbulhar em sonhos
Descuidada vou a galope no meu cavalo branco
Saltando por desfiladeiros e levadas
Torneando mimosas e flores do meu tempo
Transpondo correntezas de águas impenitentes
Que são íngremes os montes da minha terra.
Não importa que seja noite
Não importa que o sol ande por outras bandas
Importa sim que esteja luar e o luar que faz
Que tudo envolve em argênteas cores
Ao longe mas cada vez mais próximo
Escuto melodias que definir não sei
Mas que põem em encanto os meus sentidos
Sensibilidades até agora vagas, não despertas
Subitamente nesta noite não sonhada
Montando o meu cavalo branco reflectindo as cores da prata
Inesperado outro cavalo que o luar fazia dourado
Feito indomável garanhão estaca na minha frente
Envolto numa aureola que o fazia irreal
Era o amor que escorria para mim
Em fios de prata dourada
E me acordava dos incontáveis dias de torpor
Entretanto a realidade desperta
E o que era dormente faz-se gradual vida
Ao encontro dos meus olhos e sentidos
Num murmúrio num lamento
Num instante num momento
Toda me sinto imbuída do concreto da vida
Vida não apetecida por não ser aquela que foi sonhada
Decepção desilusão, puro desencontro.
Vai longe o meu cavalo branco
Vai longe a esperança
Que falazes são as horas douradas
Falaz é o tempo, instante é o amor.
Olema