Eu já nada sou,
além de um eco de mim mesma.
Sou como livro que mesmo uma vez
deliciosamente folheado e lido,
descansa, esquecido, no pó da estante.
Sou vento que passa,
sou poeira levantada.
Trago no peito um aperto que dói.
Eu já nada sou,
além de um eco de mim mesma.
Me repito vez após vez,
insensatez.
Me cora a fronte e, a essa altura,
não sei mais onde foi que me perdi.
Cláudia Banegas