Ainda que jamais tu venhas querer-me
Seguirei por toda vida
com esta ânsia de querer-te
Esperando que tu venhas ver-me
E ainda que eu não possa ter-te
Seguirei te amando
mesmo sem ao menos conhecer-te
A cada dia morrendo um pouco
Com o incontrolável medo de perder-te
Já sou taxado até de louco.
Será tamanha a incoerência
De tentar deixar de amar você
Pois tenho a plena consciência
Que já não consigo sobreviver
Sem a tua imagem em minha mente
Dou voltas ao redor
deste sentimento doentio
Ando perplexo e demente
Com o peito golpeado escorrendo em rios.
O sangue de um amor todo sacrificado
Ferido pelas armas dos receios.
Todas as manhãs pergunto a mim mesmo:
qual foi meu pecado?
E soluço massacrado pela lembrança dos teus seios.
Minh, alma oscila
entre o possível e o impossível.
Recordo das inúmeras loucuras que fiz
Tento cuidar da ferida deste meu coração sensível
E sem querer-te já não consigo ser feliz.
Procuro-te nas infinidades...
No cais do porto
Onde pela primeira vez senti o gosta das salivas
dos teus beijos
Hoje caio em mim e sinto que o meu ser
esta morto, morto...
Pelas incontroláveis sensações destes desejos.
Mesmo sabendo que estas ausente
Sou tomado por tamanha ingenuidade
E passo a crê que algum dia
tu mi surgirás de repente
Para dar-me a minha liberdade
Passo os meus dias crendo que tu mi surgirás
como um anjo de candura
Ou como uma princesa
Te quero tanto que não me dou conta
dos meus atos de loucura
E já nem sei quantas lágrimas deixei rolar
quando curvei meus ombros na mesa.
Sofro todos os dias
com esta minha sina de quere-te
Vivo sonhando e parece que até flutuo.
Seria capaz de tudo o que já fiz e muito mais
para enfim poder ver-te
Segundo por segundo continuo...
Com este meu querer em vão
Comparo-me a um naufrago
tentando pisar em terra firme
Apresento nas entrelinhas os pedaços do meu coração
E já não consigo suportar a dor
deste amor que me oprime.
Tento dizer adeus e não consigo
Tento enganar-me simplesmente
Passo todas as angústias,
corro todos os perigos.
E este amor continua em minha frente.
Te quero ainda que meu coração seja dilacerado
Neste meu afã de querer-te desesperadamente
Ainda que eu seja mais um crucificado
Vou continuar a te querer eternamente.
Quem dera se nos quiséssemos mutuamente
Eu não viveria este tamanho martírio
Passo minhas noites em claro
te querendo secretamente
Pois tu és meu lapso de loucura,
meu delírio.
Devaneios prende-me nas armadilhas do tempo
E não encontro remédio para minh’alma carente
O querer é tanto
que te chamo até com os meus pensamentos
Sem ao menos saber se serei escutado simplesmente.
Ou que te alcançam os meus gritos calados
Quando gotas cristalinas
me caem dos olhos sobre a mesa
Apago dos lábios o sabor dos nossos pecados
E quanto mais minh’alma
tenta libertar-se mais é presa.
A este querer avassalador o qual não questiono
Na ânsia de ver a tua chegada
Sinto no peito a dor do abandono
E depois de tanto tempo
só sei que te quero e mais nada.
Por mais que este amor me doa
Preciso curar esta ferida de meu coração
Não poderei seguir como um barco de papel
boiando à toa
Espero que todo este meu querer não seja em vão.
Escritor e Mestre Jailson Santos
Escritor Acadêmico Jailson Santos