Refulge o vidro no contacto solar.
Fábricas emanam fumos ardilosamente.
E as poucas árvores, no dealbar
Dos tempos, morrem prematuramente.
Dos algozes corroídos pelo vento,
Escapam-se os venenos mas críticos.
Nada escapa aqui nem o aluimento
Melífluo dos ácidos puramente cítricos.
O homem espelha-se a si próprio.
Não corresponde ao que se espera dele.
Vitral consumado e impróprio,
De quem se venera mais do que a vida,
E mostra vaidosamente na pele,
A cicatriz vegetativa que lhe é devida.
Jorge Humberto
08/06/07