Às vezes penso que sou louco, e este pensamento terrível é-me extremamente consolador. Como seria simples explicar o muito que sou em antítese a mim próprio chamando-me louco. À sombra desse nome, adormenta-se a dor do incerto e esfuma-se a necessidade de querer saber mais de mim. Mas a lucidez chama por mim, como sereia de Ulisses; não resisto, ergo-me da água tépida que me cobre para o frio conhecimento do que ainda não sou. Como queria ser louco!


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