As palavras que usas para mim
Sabem a lima-limão
Não que seja necessariamente mau
Gerir vontades assim
Mas amargam-se na boca as frases
Ficam as sílabas roídas
Tornam-se os parágrafos vorazes
E as folhas dúvidas
Aclara essa voz
Limpa suave a ponta da pena
Que pena de uma pena
Só tem quem não tem voz
Grita, esbraceja, vocifera
Dança, salta e foge
Que para além da tua estratosfera
E antes de amanhã
Ainda há hoje