SÍTIO TANZÂNIA
(Jairo Nunes Bezerra)
No caminho de meu sítio há uma floresta verdejante, beleza apenas ofuscada
pela cascata, cuja água brilha ao receber a efervescência dos raios solares.
É onde demoro mais horas concentrado em meus pensamentos cheios
de fantasias. E tais fantasias são variadas e ávidas de realizações. Em todas
figuram imagens de belas mulheres matizadas Todas são iguais
Independente de suas cores e tornam-se amorosas à proporção que divago. E a tarde
finaliza-se com o anoitecer liberando o belo luar do sertão. Nesse espaço de tempo
viro seresteiro auxiliado pelo meu violão. O eco predomina pelo ar quando
mais entusiasmado canto, atraindo a atenção dos passantes. E assim continuo
até a exaustão, hora da aproximação da cama. Aproveito essa ocasião em que
a mata escurece com um toque de tristeza, e em que os pássaros se recolhem
aos seus ninhos e se ouve a orquestração dos sons propagados
por variadas espécies de animais. O silêncio volta a reinar pela manhã, quando o
novo dia inicia de nova labuta Assim é o descansar do poeta, após alguns meses
na cidade convivendo com a poluição nesta existente