E tão tristonhas, caem às folhas das árvores...
E tão tristes, põem-se a rolar por todo o chão...
Ó, e o que me são essas lápides de mármores?!
Se só me trazem de ti, a solidão...
Ó, que os sonhos vão desfeitos na partida!
E as lágrimas vão secas em olhos que vagam...
Ó, quem dera eu ter de ti, por toda a vida,
Os carinhos com que agora te afagam!
E estás tão bela entre flores, no ataúde deitada!
Um véu encobre teu rosto!...Pétalas suaves,
Sobre teu corpo - por mim -, são desfolhadas!
Ó, é o que me resta de ti nessas saudades!
E muito ainda ouço uma voz me chamando!
E chama meu nome e nada em mim se acalma!
É o que me vem de ti, na solidão sussurrando!
E sussurra assim como um fantasma!
Sem ti, tudo é frio!...Um frio de gelar todo corpo!
Ó, e dormes placidamente sob fria mortalha!
E dormes num sorriso enregelado!...Tão morto!
Na friagem da tristeza que a todos amortalha!
Vão-se - por sobre o peito -, cruzadas as mãos!
As mãos que ontem muito segurei com enlevo!
Ó, que de tão entrelaçadas como vão,
Sequer segurá-las entre as minhas me atrevo!
E segues eterna!...Imortal no derradeiro adeus!
Ó dolentes carinhos!...Ó afagos condoídos!
Esvaecem-se as lembranças, num feral adeus,
Como os sonhos em mim nunca vividos!
E sofro!...E choro!...E não me ouves mais...
E não escutas a voz que pranteia a escuridão!
Ó, e o que me são de ti esses prantos ferais?!
Senão a dor com que me abraça a solidão...
(® tanatus - 12/07/2009)