Oh lugubre e catastrofica antitese da vida
covarde e traiçoeira que persegue a sorte
tu não me assusta com teu nome de morte
nem me amedronta com a certeza da tua vinda
livre estarei com as aves fugidias,
com a unica aversão de ficar presa aos teus beijos
como passaros sozinhos em carceres soberbos
e a agonia e o tedio seja os donos dos meus dias
Porta de entrada para outras eras
perseguidora implacável de sangue corrente
até que um dia minhas fibras se arrebente
lutarei contra ti como as mais bravas feras
capitulo derradeiro de minha novela
de cujo dia serei infeliz
sou anfitrião tu és meretriz
em tua homenagem acenderei uma vela
forma difusa de todas as filosofias
inexplicavel fenomeno que arrepia minha pele
minha psiquê te condena, meu raciocinio te repele
como caçador atirando em aves fugidias
certeza concreta do infeliz destino
comandante da paralisia cardioencefálica
general infalivel, fugura diplomatica
tu é tão notável quanto a batida de um sino
Ponte de ligação para outra dimensão
dona da transitoriedade do orbe terreste
se tu és uma magica eu sou o teu mestre
que ainda te respeita em tua funebre extensão
conspiração perfeita sem aparente origem
que vem silenciosa sem grito ou estrondo
covarde como assassino de crime hediondo
me ensina o caminho da tua vertigem
Termino meu poema com os olhos imersos
em lagrimas de morte, chorando sozinho,
esperando que alguem me ensine o caminho
para longe da morte que nao sai dos meus versos.
Francisco Ferreira