Desnudam-se da pele
Da servidão ao escudo
Para destilar,
Livre e deliberadamente,
Peçonha e lufadas de chumbo
Que conduzem a hoste
De crisálidas, alvoradas,
Altas manhãs ensolaradas e do limiar
Da crepuscular tarde sábia
Á ávida bocarra
Da pérfida cova rasa.
Não,
Nem mesmo se apiedam
Do incauto repouso
Que, num quarto humilde,
Regozijadamente se hospeda:
A bem da verdade,
Como discípulos da humana miséria,
As sentinelas da Pátria da emoção desértica
Alimentam seus olhos de harpia ou hiena
Com o colírio da malévola quimera
E projetam, em tudo o que contemplam,
A paisagem da voragem, da tragédia!
Também vivem
Para dirigir
---- com mãos lascivas, ferinas, empedernidas, austeras, férreas -----
A operária orquestra
Das inebriantes Mandrágoras modernas.
Afinal,
A música da tortura
É executada:
O vírus da tristeza
Em direção ao povo
Sequiosamente se alastra,
Dando margem á era
Do contínuo desfile
Da fúnebre marcha.
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA