Poemas : 

Coisas do meu quarto aberto

 
Abriu-se uma janela no meu quarto. Não fui eu, foi ela...
Abriu-se uma de duas, a maior e eu debrucei-me nela
Para olhar para a noite clara das estrelas
Que se soltavam dos outros olhares que as olhavam
E que com olhos caçadores, as aprisionavam...
De alguma forma que eu não sei.

Abriu-se, depois, a segunda das duas...
A mais pequena, que me deixou as paredes nuas
Iguais às de todas as ruas
Em que me vi a andar ao acaso...
Por esta janela, entrou a Lua, que parecia pequena,
Ainda flor menina que se enchia de inocência.

Aos poucos fui tendo a noite toda, com o céu e tudo,
No quarto que me acolhe o sono e os sonhos
E senti-me feliz com o resto do mundo
Que continua a rodar comigo em cima.

Valdevinoxis


A boa convivência não é uma questão de tolerância.


 
Autor
Valdevinoxis
 
Texto
Data
Leituras
1221
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
2 pontos
2
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 07/06/2007 14:57  Atualizado: 07/06/2007 14:57
 Re: Coisas do meu quarto aberto
Teu poema me lembrou o grande Olavo Bilac:

"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto ..."

Gostei imensamente!

Enviado por Tópico
Alemtagus
Publicado: 07/06/2007 14:58  Atualizado: 07/06/2007 14:58
Membro de honra
Usuário desde: 24/12/2006
Localidade: Montemor-o-Novo
Mensagens: 3417
 Re: Coisas do meu quarto aberto
Abriste os olhos ao imaginário e entraste por uma fresta para encontrar a criança que sempre existirá em ti.
Mano... fizeste-me recordar os nossos sorrisos, as nossas brigas... enfim, o passado que nos viu crescer.
Obrigado.