Os factos levam-me a actos que me afastam do sítio onde consigo escrever.
Aquilo a que alguns chamam Tempo assim me levou e aqui me trouxe.
Voltando transformado pelas perdas e ganhos vejo tudo melhor que nunca.
O meu papel nunca foi tão sedutoramente acessório e vital num mesmo sopro.
Ainda que me quede imóvel, cego, surdo, bruto e boto , nada disto trará a constância de que alguns falam e sei que o único caminho é andar.
Contente no viver e no morrer, não faço distinção no arrumar das experiências.
Mortes que se montam em vidas e desgraças que causaram as maiores alegrias, tudo se enlaça numa mente que se queria mais calma, e nem mesmo o passado é estanque.
Inconsciente ou não , aceito de que ao questionar já deixei escapar a resposta e ocupo-me apenas de tudo o que acontece entre duas inspirações minhas.
Tentando escrever ácerca da Morte apenas Vida me vêm á pena e quando penso bem n´Ela, na Vida, a Morte parece-me tão bem.
Não consigo escapar a mim mesmo mas antes isto que não escapar dum qualquer outro.
Ainda que me custe a mim muito e a outros muitos mais, seguirei lutando por mim e por todos.
Lutando contra mim.
Lutando contra ti.
Lutando contra todos.
A necessidade estará em escrever ou em ser lido?
Somos o que somos ou somos o queremos ser?
Será a contemplação inimiga da acção?
Estas e outras, muitas, dúvidas me levam a escrever na ânsia de me conhecer melhor e talvez conhecer outros.