Vais entrar por aquela porta,
Me olharás com um riso maroto, de quem nada quer...
A solidão vai te encontrar de um jeito,
Eu sei, ela flui de minha aorta,
Se escorre de meu peito, sei quem é...
Sentarás na cadeira, vai ver meu pranto,
Chorará diante de meu riso,
Quebrará todo meu encanto,
E em meu maior juízo,
Do final sem aviso,
Edificarei em tua ruína, meu espanto.
Vais sair chorando, ou quem sabe um pouco só,
Vais deixar a solidão ser tua companheira,
Farei do teu riso meu guarda-pó,
Farei de teu encanto, meu tapete,
E quando chorares, quem sabe,
Eu te perdoarei por esta cela tão sem eira...
Hei de rir meu riso,
Chorar meu pranto,
Hei de ver seu corpo dilacerado,
Teu rosto já triste, será meu consolo,
Teu corpo ferido me deixara num frenesi,
E quando eu achar que você já sofreu demais,
Farei coisas, que nem o próprio Satanás,
Faria para te fazer sofrer...
Talvez assim,
Depois de tanta sombra,
Talvez assim você compreenda,
Que um polegar não é vantagem,
Que um cérebro não é passagem,
E nada justifica essa tua atitude,
De me prender por minha beleza,
De me prender por minha virtude,
Só para entreter as tuas crias...
Talvez assim, quem sabe,
Você acabe aqui, e eu aí,
Você seja o animal, (Se já não é...)
O animal que não sorri,
Que não sente ânimo, não fica em pé...
Enjaulado pela maldade,
Dos malditos humanos que se fiam na fé...
"Ponha sua mão num forno durante um minuto e isto lhe parecerá uma hora,
Sente-se ao lado de uma bela garota por uma hora e isto lhe parecerá um minuto... Isto sim é relatividade!"
(Albert Einstein)