SIMBIOSE
Deixa que te cante mulher amante
Deixa-me ser água de uma nascente
De um rio que nasceu hoje
Deixa-me ser água resplendente, pura
De um Ganges nascido madrugada alta
Deixa-me converter-te em água do mesmo rio
Que para tanto me sobram as forças, a vontade
Deixa que te ame de verdade numa simbiose idílica
Derramando sobre mim a água em que te converteste
Feita de fios de ouro crepusculares
Deixa que te cante mulher amante
Deixa-te escutar alto a minha voz
Sejamos a partir de agora dois rios que se fundem
E tem por destino uma mesma foz
Eternamente amantes.
Antónius