Caminho neste meio sono
sem acordar os demais
que se atravessam no crepúsculo das manhãs cinzentas
embrenhadas de sonhos
paridos ao nascer
e derrotados nas andanças dum galopar constante de desejos embrionários a definhar.
Trazem no rosto o som do mosto
searas nuas, escaldantes
onde guardaram a imensidão desejável dos sentidos
sem sentido a tropeçar.
Ébrios de noites desfloradas
em batidas guarnecidas de nada
numa vá tentativa de metamorfoses quiméricas
tentam dedilhar o som rouco
de glórias impossíveis a haver.
Tropeço as odes
guardadas em sotãos
morada vedada ao silêncio
interrompido por vagabundos
lidos em tardes feitas gestas
adornadas de insígnias escondidas
num mistério a dormir.
São as andanças intranquilas de momentos
solitários de alguns
que se escondem sem rasto
palavras a desbravar.
Eduarda