Ah, a falta, de tua presença, meu amor,
é como que, um não estar em mim,
solidão sem igual,
maior, muito maior, de que todos os
céus ou, ao longe, os mares,
deste pequeno mundo,
que não foi feito, para estarmos sós.
E, buscando-te, em cada silêncio ou
esquiva sombra, na esperança, de te ver
chegar, a qualquer momento,
passado é o tempo, e, sem que te veja,
sobressalta-se-me o coração, e,
como aquele pobre louco, que ri, para não
chorar, assim eu, por te imaginar.
São leves olores, acercando-se de mim,
de mil cores, se vestindo. E, levantando-me,
vou de jardim em jardim, colhendo,
as mais belas flores, aconchegando-as,
a meu peito, ainda mal refeito, pela tua
ausência. Porém, por cada flor, ou novo
botão, sei que perto estás, ó grata devoção.
Jorge Humberto
04/07/09