eu nunca gostei de jasmim, francisco, e um poema é uma boca aberta sem ar, você se lembra?
quando dançávamos às cegas naquele quarto crescente nossos corpos tinham lugar no mundo, nossas mãos tateavam partituras e tudo era canção, francisco...
o livro não mais importa, o poema parou, asfixiado.
( mas por que ainda ouço o caminhar dos seus dedos, trêmulos, no papel pautado que me envolve os relevos
e sinto um fio da sua saliva a descer pela minha garganta
como se você nunca tivesse partido com o circo? )